A gama começa com o motor 1.5 TFSI a gasolina associado a um sistema híbrido leve, que entrega 150 cv e 25,5 kgfm. Esse motor é uma evolução. do nosso 1.4 TSI e essa tecnologia vai estrear no Brasil pelas mãos da Volkswagen, não da Audi.
Em vez de um conjunto totalmente elétrico, o Q3 aposta em uma variante híbrida plug-in (PHEV), com esse mesmo motor 1.5 que, aliado a outro propulsor elétrico, totaliza 272 cv e 40,8 kgfm. A bateria tem capacidade de 19,7 kWh, permitindo autonomia elétrica de 118 km no ciclo europeu WLTP. Para amantes do diesel, o 2.0 TDI entrega 150 cv e 36,7 kgfm de torque.
Mas o que realmente importa para nós nesse momento é o 2.0 TFSI, única motorização que teremos no Brasil. Haverá uma evolução em relação ao conjunto vendido na atual geração, passando de 231 cv e 34,7 kgfm para 265 cv e 40,8 kgfm de torque. A caixa automática de oito marchas e a tração integral quattro foram mantidas. É exatamente o mesmo conjunto do Golf GTI.
Mas no “spec” brasileiro do hot hatch serão 245 cv (20 cv a menos que o europeu) e 37,7 kgfm (3,8 kgfm a menos). O Q3 não deve ter essa redução. Na operação do câmbio, agora há um seletor de marchas no lado direito da direção, não mais no console.
A fonte dos comentários é o desenho da traseira. As lanternas de LED são separadas na parte superior e, logo abaixo, acompanhadas por uma faixa horizontal contínua. O que gerou maior repercussão foi o logotipo iluminado, só que esse item não deve vir para o Brasil. Inspirada nos elétricos da linha e-tron, a dianteira tem faróis divididos, com LEDs diurnos do tipo pixel na parte superior e luzes principais Matrix (opcionais) logo abaixo.
A grade está bem maior e as argolas no centro não são mais cromadas — ficam mais discretas e a peça não acende. Nas dimensões, só cresceu no comprimento em relação à atual geração: agora, são 4,53 metros (+4 cm). De resto, são os mesmos 1,58 m de altura, 1,86 m de largura e 2,68 m de entre-eixos.
Um ponto negativo é o porta-malas, que diminuiu: saiu dos atuais 530 litros para 488 l. O espaço no banco traseiro é bom pa ra pessoas da minha estatura (1,87 m de altura), inclusive para a cabeça na versão Sportback, com cai mento cupê. Há duas saídas de ventilação — com uma terceira zona independente para o banco de trás
No banco da frente, os materiais são ótimos, com couro, Alcantara e plástico emborrachado. O carro de teste tem volante do lado esquerdo porque foi im portado da Hungria. O painel segue o padrão de SUVs mais caros da marca, com uma prancha sendo usada para unir o quadro de instrumentos de 11,9 polegadas com a central multimídia de 12,8 polegadas.
Chega a hora de colocar em prática minhas ob servações de passageiro na mão inglesa. Para evitar contratempos, a Audi fez questão de colocar um recado no canto esquerdo do para-brisa: “Drive on the left” (dirija na esquerda, em tradução). Com o volante do “lado certo”, a impressão é de estar sempre na contramão.
As ultrapassagens são feitas pelo lado direito, mas o que mais confunde são as rotatórias: elas giram no sentido horário (o contrário do que estamos acostumados no Brasil). No começo, a confusão é normal, mas nada como a prática para entender como tudo funciona.
O novo Q3 tem um baita fôlego para um SUV de mais de 1.700 kg e o ganho de força em relação à atual geração é muito perceptível. De acordo com a Audi, a marca de 0 a 100 km/h é feita em 5,7 segundos.
Para tornar meu desafio no “mundo invertido” da mão inglesa ainda maior, o vento e a chuva tão fortes deixaram os belos Alpes Arrochar totalmente encobertos, e o limpador automático do para-brisa trabalhou com força máxima. Nessa nova geração, o coeficiente de arrasto aerodinâmico foi reduzido de 0,32 para 0,30. Quanto menor o número, menos o atrapalha o carro.
Entre outras coisas, isso deixa a cabine mais silenciosa. A Audi é conhecida por ter suspensão firme e, na nova geração do Q3, para proporcionar mais conforto, traz amortecedores com duplo circuito que permitem controlar compressão e extensão de forma independente, tornando o SUV mais confortável.
O novo Q3 chegará ao Brasil no início de 2026, nas carrocerias SUV e Sportback, e até o final do primeiro semestre será montado, no sistema SKD, na fábrica de São José dos Pinhais (PR). O preço deve ficar entre R$ 350 mil e um pouco mais de R$ 400 mil. A missão de dirigir na mão inglesa pela primeira vez foi concluída com sucesso. A preocupação seguinte antes da partida era mais fácil: encontrar um bom whisky escocês para meu pai. Essa tarefa foi bem mais simples.
- Fonte: Auto Esporte /
- Autor: André Schaun /
- Data: 29 setembro 2025
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